Então, o Onipotente
será a tua defesa e terás abundância de prata.
Jó, 22:25
Uma
das maiores mensagens que as Escrituras apresentaram à humanidade é a de que
Deus é o suprimento do homem e que este, pela sua palavra proferida, faz
passar da substância para a forma tudo o que lhe pertence por direito divino,
isto é, como filho e herdeiro de Deus.
Todavia, para isso é preciso
que tenha uma fé perfeita na sua palavra falada.
Expressou Isaías: “A minha
palavra não me voltará vazia, mas efetuará o que me apraz e prosperará naquilo
para que a enviei”.
Deveis saber que as vossas
palavras e pensamentos são tremendas forças vibratórias, que estão
continuamente amoldando o vosso corpo e os vossos negócios.
Afirma uma instrutora
mentalista:
“Uma senhora, achando-se muito
aflita, procurou-me e disse-me que, no dia 15 daquele mês, seria obrigada a
pagar três mil dólares. Não sabia como obter o dinheiro e se encontrava em
situação desesperadora.
“Respondi-lhe que Deus era o
suprimento dela e que há um suprimento para todo pedido.
“Proferi, pois, a minha
palavra! Agradeci a Deus pelos três mil dólares que a senhora
receberia no tempo oportuno e de um modo justo. Disse-lhe que devia ter uma fé
perfeita e agir de acordo com ela. Chegou o dia 15, porém o dinheiro não
apareceu. Chamou-me ela pelo telefone e perguntou-me o que devia fazer.
“Respondi-lhe: ‘Hoje é sábado
e, por isso, não vos farão a cobrança. Vosso papel está em vos mostrardes
rica, manifestando vossa fé perfeita em que recebereis o dinheiro na
segunda-feira’. Pediu-me que a acompanhasse ao lanche para conservar-lhe a
coragem. Ao nos encontrarmos num restaurante, disse-lhe: ‘Agora não é tempo de
economizarmos. Mandai vir um lanche caro; agi como se já tivéssemos recebido os
três mil dólares’.
“Disse Jesus: ‘Tudo o que
pedirdes na prece, com fé, recebereis’. É preciso agirdes como se já
tivésseis recebido.
“Na manhã seguinte telefonou-me
e pediu-me para fazer-lhe companhia o dia todo. Respondi-lhe: ‘Não, sois
divinamente protegida e Deus nunca chega tarde’. ‘'À tarde, telefonou-me
novamente, com grande excitação dizendo-me: ‘Querida amiga, sucedeu-me um
milagre! Estava sentada em meu quarto, esta manhã, quando soou a campainha.
Ordenei à criada: ‘Não façais entrar ninguém’. ela, porém, olhou pela janela e
disse: ‘É o vosso primo, de barba branca comprida’. Disse-lhe então: ‘Chamai-o.
Gostaria de vê-lo’. Ele estava a dobrar a esquina, quando ouviu a voz da criada
e voltou… Conversamos quase uma hora, e já estava para sair, quando me
perguntou: ‘Como vão as finanças?’ Respondi-lhe que estava passando por
dificuldades e precisava daquela quantia, ao que respondeu: ‘Querida prima, no
dia 1º do mês vos darei mil dólares’. Não queria que soubesse que estava em
perigo de cobrança. Perguntou-me: ‘Que devo fazer? Só recebrei o dinheiro no
dia 1º e preciso dele amanhã’.
‘'Respondi-lhe: ‘Continuarei a
fazer o tratamento mental. O espírito nunca atrasa’.
“Dei graças a Deus por ela ter
recebido o dinheiro no plano invisível e porque se manifestara no tempo
necessário.
“Na manhã seguinte, o primo a
chamou e disse-lhe: ‘Passe logo mais pelo meu escritório e lhe darei o
dinheiro’.
“Na tarde daquele dia, ela
possuía no banco o crédito de três mil dólares e encheu os cheques necessários
aos pagamentos que devia fazer”.
Encontrais na Bíblia uma
admirável ilustração deste capítulo, com referência aos três reis que se
encontraram no deserto, sem água para seus homens e animais. Consultaram o
profeta Eliseu, que lhes deu esta extraordinária mensagem: – Não notareis
vento, nem vereis chuva e, entretanto, o vale estará cheio de água”.
É preciso que vos prepareis
para o que pedistes, quando ainda não haja o menos sinal de sua visibilidade.
Por exemplo, conta uma senhora que, tendo necessidade de alugar um apartamento
em Nova York numa época em que era difícil encontrá-lo, seus amigos se puseram
a procurá-lo e lhes pareceu tão impossível que lhe escreveram: “Está muito
custoso! Será necessário mandardes guarda vossos móveis e irdes residir num
hotel!”. Respondeu-lhes ela> “Não vos aflijais por mim, sou uma mulher, e
encontrarei um apartamento”.
E fez a seguinte afirmação:
“Espírito Infinito, abri o caminho para o meu apartamento”. Ela sabia que há um
suprimento para ca pedido e que, agindo no plano espiritual, “não dependia de
condições externas” e também que “uam só pessoa com Deus é maioria”.
Planejara comprar uma guarnição
de mesa, quando “o tentador”, o pensamento contrário ou a mente racional,
sugeriu: “Não adquirais a guarnição; talvez não consigas, finalmente, um
apartamento e ela para nada vos servirá!”
Porém, respondeu prontamente (a
si mesma): “Prepararei o meu terreno comprando a guarnição!” Assim, se preparou
para o apartamento – agindo como se já o tivesse.
Afinal, encontrou
milagrosamente um que lhe foi concedido, apesar de haver mais de duzentos
pedidos. A guarnição lhe serviu para mostrar que tinha fé ativa.
É desnecessário dizer que as
covas feitas pelos três reis no deserto ficaram cheias de água.
Para as pessoas comuns não é
fácil dirigir o movimento das coisas. Nelas, os pensamentos contrários de
dúvida e temor surgem do subconsciente. São os “exércitos dos inimigos”, que
devem ser postos em fuga. Isso explica por que é que, geralmente, a “escuridão
é maior antes do alvorecer”.
Uma grande demonstração
geralmente é precedida de pensamentos atormentadores.
Ao fazerdes a afirmação de uma
alta verdade espiritual, desafiais as antigas crenças do subconsciente, e o
“erro aparece” para ser expulso. É nessas ocasiões que deveis fazer
repetidamente vossas afirmações, regozijando-vos e dando graças como se já
tivésseis recebido, pois como disse o Altíssimo: “Antes que me chamem, lhes
responderei” Isso quer dizer que “todo bem e toda dádiva perfeita” já vos
pertencem e estão à espera de vosso reconhecimento. Só podeis receber aquilo
que vos vedes recebendo. Possuis somente a terra que está ao alcance de
vossa visão mental.
Todas as grandes obras, todas
as grandes realizações foram levadas a efeito pela conservação da visão na
mente, e muitas vezes, pouco antes do grande triunfo, vem o insucesso aparente
e o desânimo.
Quando chegaram à “Terra Prometida”,
os filhos de Israel tiveram medo de entrar, pois diziam que estava cheia de
gigantes, diante dos quais se sentiam como uma planta rastejante. “ E vimos
gigantes e, pela nossa vista, nos julgamos perante eles como plantas
rastejantes”. Essa é a experiência de quase todos.
Entretanto, se conhecerdes a
lei espiritual, não vos perturbareis pela aparência e vos regozijareis “ainda
mesmo quando vos encontrardes no cativeiro”. Quero dizer que conservareis vossa
visão e agradecereis pela realização de vosso objetivo, pois tereis recebido.
Jesus Cristo nos apresentou um
admirável exemplo disso. Declarou aos seus discípulos: “Não dizeis vós que
ainda faltam qual quatro meses para o tempo da colheita? Pois, eu vos digo,
levantai os olhos e olhai para os campos; pois já estão maduros para a
colheita”.
A visão clara que tinha
penetrara além do “mundo material”, e ele viu com clareza o mundo da quarta
dimensão as coisas como realmente são – perfeitas e completas na Mente Divina.
Assim também vós deveis conservar
a visão do objetivo de vossa peregrinação, e pedir a manifestação daquilo que
já recebestes. Poderá ser a vossa saúde perfeita, o amor, o suprimento, a vossa
expressão completa, o lar ou as amizades.
Todas essas coisas são ideias
acabadas e perfeitas, que estão registradas na Mente Divina, ou vossa própria
mentalidade superconsciente, e devem expressar-se por vosso intermédio.
Como exemplo, citarei um fato
relatado por uma esoterista norte-americana. Diz ela:
”Um indivíduo se dirigiu a mim,
pedindo que fizesse ‘tratamentos’ ou afirmações para o seu êxito. Era de
absoluta necessidade que arranjasse, dentro de um tempo determinado, cinquenta
mil dólares para atender aos compromissos de seu negócio. Quando se dirigiu a
mim, o prazo estava próximo a expirar. Ninguém queria colocar dinheiro em sua
empresa, e o banco recusava francamente fazer-lhe um empréstimo.
“Quando me contou isso,
respondi-lhe: ‘Julgo que perdestes a calma, no banco, e ficastes sem forças.
Podeis dominar qualquer situação desde que domineis primeiramente a vós mesmo.
Voltai novamente ao banco’. E acrescentei: ‘Fareis meu tratamento’. Esse
tratamento consiste na seguinte afirmação: ‘Estais identificado em amor com o
espírito de todos os que se relacionam com o banco. Surja dessa situação a
ideia divina!’
“Respondeu-me ele: ‘Senhora,
estais falando numa coisa impossível. Amanhã é sábado; o banco fecha ao
meio-dia; o trem só me permitirá estar aqui às dez horas, o meu prazo finda
amanhã e eles não querem emprestar. É tarde demais’.
“Repliquei-lhe: ‘Deus não
precisa de tempo e nunca se atrasa. Com ele, todas as coisas são possíveis. Não
sei nada de negócios, mas tenho um conhecimento perfeito sobre Deus’.
“Objetou ainda: ‘Tudo me parece
muito bonito quando me encontro aqui a escutar-vos, porém, quando me vou
embora, é terrível’.
“Residia numa cidade distante,
e não tive mais notícias dele durante uma semana. Chegou, então, uma carta.
Dizia: ‘Tínheis razão. Emprestei dinheiro do banco e nunca mais poderei duvidar
do que dissestes’.
“Encontrei-o semanas depois e
perguntei-lhe: ‘Que foi que sucedeu? Evidentemente, tivestes tempo bastante,
não é verdade?’
“Respondeu-me: ‘Meu trem chegou
atrasado, e me achei aqui somente quando faltavam quinze minutos para meio-dia.
Entrei calmamente no banco e disse: … Vim fazer o empréstimo. E me atenderam
sem fazer objeção alguma’.
“Eram os últimos quinze
minutos que lhe restavam, e o Espírito Infinito não se atrasou. Neste caso,
aquele homem não podia alcançar o resultado por si só. Precisava de alguém que
o ajudasse a manter firme a visão ideal. É coisa que cada qual pode fazer para
os outros”.
Jesus Cristo sabia disso quando
disse: “Se dois de vós concordarem na Terra a respeito de alguma coisa que hão
de pedir, ser-lhes-á feita por meu Pai que está nos Céus”.
Um inteligente observador da
vida afirmou: “Ninguém é vencido, se alguém o vê triunfante”. Tal é o poder da
visão espiritual, e muitos grandes homens deveram seu êxito a uma esposa, irmã
ou um amigo que “confiou neles” e se apegou sem hesitar ao modelo perfeito de
sua expressão!
A vossa prosperidade depende
das ideias que conservais na mente sobre o que é a abundância e o bem-estar
perante as leis divinas.
É a vontade de Deus que prospereis
e vivais na abundância de tudo o que é bom e desejável.
Entretanto, muitos não
prosperam, porque julgam que, para ser homem reto e justo, é preciso ser pobre.
Essa ideia errônea criou
profundas raízes na mentalidade de muitos indivíduos que procuram seguir as
leis divinas, e eles fazem uma grande ofensa a Deus, julgando que o
Criador das imensas maravilhas do mundo poderia impor a miséria e a parcimônia
aos seus filhos.
Jacó, que, conforme a Bíblia,
foi abençoado diretamente por Deus, começou a prosperar desde essa ocasião e
ficou imensamente rico.
S.João, o apóstolo do amor,
escreveu aos primeiros cristãos: “Amados, desejo acima de tudo, que prospereis
e gozeis de saúde, como prospera a vossa alma”.
Deus preparou inesgotáveis
tesouros para vós e vo-los deu de antemão, porém, de acordo com as leis da
manifestação, é preciso que, pelo vosso pensamento, deis à substância
cósmica a forma que vos convém, dinheiro, saúde, etc.
Pela afirmação e a prece,
fazeis que a substância universal receba a forma necessária para a realização
de vosso pedido.
Não deveis vos enciumar pela
prosperidade dos outros, porque esse sentimento é um obstáculo muito grande
para o bem-estar.
Pelo contrário, quanto mais
pedirdes a Deus para beneficiar os outros, mais sereis favorecidos.
Existe uma lei do dar e
receber, a qual deveis observar para poderdes receber abundantemente de
Deus. Essa é uma lei mental cuja aplicação é indispensável para adquirirdes a
verdadeira prosperidade.
A mais simples expressão dessa
lei foi apresentada por Jesus da seguinte forma: “Dai e vos será dado”.
Emerson a descreve da forma
seguinte: “A polaridade, ou ação, e a reação se encontram em todas as partes da
natureza; na obscuridade e na luz; no calor e no frio; no fluxo e no refluxo
das águas; no masculino e no feminino; na inspiração e na expiração das plantas
e dos animais; na sístole e na diástole do coração; na ondulação dos fluidos e
do som”.
Se a lei do dar e receber não
se manifestar perfeitamente na vossa existência e vos parecer que dais muito e
recebeis pouco, não procureis o motivo disso nas pessoas que recebem de vós.
Com efeito, a causa de não
receberdes compensadoramente pode estar em não dardes liberal e abundantemente
e ao mesmo tempo sem o sentimento de contrariedade ou de que vos fará falta. A
vossa dádiva só é válida quando é feita com prazer e alegria e com o sentimento
de que possuís muito mais.
Quando se trata de serviços
prestados a outrem ou de esforços em benefício de alguém, deveis dar de coração
aquilo que melhor tiverdes, não pensando em retribuição.
Quando os vossos esforços na
vida não são convenientemente compensados, facilmente podereis atribuir a causa
aos outros, porém, a causa está inteiramente em vós mesmos.
Se obedecerdes sincera e
conscienciosamente à lei, ela agirá em vosso favor e recebereis abundantemente
pelo que derdes de vossa parte.
Se vos parecer que a lei não
está agindo em vosso favor, deveis procurar em vós mesmos o motivo dessa
aparente variação da lei, porque ela é absolutamente invariável e não tem
exceção.
Entretanto, não deveis julgar
que a compensação deva vir da parte de quem recebeu de vós, pois quase sempre
ela dará uma grande volta antes de vir ao vosso encontro, porém vira acrescida
de grandes juros.
Nunca deveis lastimar porque
recebestes alguma ingratidão da parte daqueles que beneficiastes, mas sim dar
liberalmente, confiando sempre na ação da grande lei e vereis que, no devido
tempo, tudo quanto destes vos virá com grande acréscimo.
Se fizerdes uma dádiva com
qualquer reserva mental, ela não vos trará retribuição, porque não foi feita
com os melhores sentimentos.
Todas as vossas dádivas e
auxílios só poderão ser compensadores quando feitos de coração e
desinteressadamente.
Com a mesma liberalidade que
dais aos outros, deveis esperar do Universal.
O homem comum faz alguma coisa
para os outros e, em seguida, espera a compensação e fixa a sua atenção de tal
forma nesse ponto que fecha todos os outros caminhos ao seu suprimento e, às
vezes, até esse mesmo. Queixa-se, então, da sua “má sorte” ou procura meios de
obter pela “justiça” da terra a compensação que lhe é devida.
Porém, isso não o
satisfaz e um dia chegará a compreender que o único meio para chegar a
prosperidade é aplicar as leis espirituais que regem a manifestação perfeita
das coisas.