domingo, 3 de junho de 2012

QUEM É RESPONSÁVEL?

Julgo que o estado mental mais baixo e mais pernicioso é o da lamentação. O Professor Elmer Gates diz que as emanações dos estados emotivos produzidos pela condenação de si mesmo são as mais venenosas. Efetivamente, elas são muito más. Entretanto, muitas vezes as vítimas saem desse estado de condenação e remorso. Porém, quando as pessoas caem no estado mental em que se simpatizam consigo mesmo por serem maltratada, não penseis que alguém tivesse tido isso. Aqueles que dizem: “Ninguém sofreu como eu; ninguém foi tão perseguido pelo destino”, para essas pessoas pouca esperança existe, pois esse pensamento constante as enfraquecerá por todos os modos e disso resultará a loucura ou o suicídio. O remorso encontra a consolação em ser a causa. Porém, esses estados de lamentação procuram a causa no exterior. Quando se localizam no íntimo, há esperança de melhora. Porém, se forem colocados no exterior, não haverá esperanças, enquanto não se der, por algum processo mental, alguma mudança pela qual a pessoa se considere responsável. “Meu irmão é meu guarda. É obrigação dele ver que eu esteja agradavelmente colocado. Ver que tenha trabalho. Ver que tenha saúde.” Este mundo humano maquinal e automático é aquele em que vivem os que desceram tanto que se consideram bonecos do destino e empregam seu tempo em lastimar-se e mimar-se.

Só existe uma cura para eles: – desperta-lhes um sentimento de responsabilidade pessoal. Essa tarefa se torna mais difícil porque encontram constante os que simpatizam com eles e assim aumentam o mal pela condenação do destino pelas condições.

Esse estado mental foi cultivado na humanidade pelo lar, a escola, a educação eclesiástica e social. É a fonte das práticas do médico, do advogado, do sacerdote, dos reformadores sociais, políticos e econômicos. Poucos são os que o não aceitam, com exceção dos metafísicos do Pensamento Novo, que consideram o indivíduo responsável pela sua vida. O fatalismo, sob qualquer forma, é o íntimo físico das massas. “Deus governa!” Sim, porém, no pensamento comum, Ele é um poder exterior e o homem é seu vassalo, uma causa externa.

Quando o pensar de Jesus, ao dizer: “O reino de Deus está dentro de vós”, for realizado, essa condição de mentalidade negativa passará. Nesta consideração, não há educação mais necessária do que aquela que coloca todos os poderes no indivíduo e ensina-lhe o domínio próprio. Todo poder está dentro. Por esse motivo, o indivíduo deverá considerar-se responsável e deverá compenetrar-se que é apenas a sua ignorância de si mesmo COMO PODER que é a causa de todas as condições infelizes. Compreendido isso, dar-se-á uma completa revolução no caráter, e toda experiência será recebida como educação, isto é, como meio de dar expressão ao poder e à sabedoria que se acham dentro. Em lugar de temerdes novas experiências, não só as recebereis bem, mas também as procurareis a fim de aumentar vosso domínio sobre a expressão de vossa vida.

Tereis alegria em serdes senhor, onde fostes escravo. Encontrareis alguma coisa divina no pensar da divindade. Diz um poema anônimo:

É tão grande e tão terrível,

Tão espantoso e tão ousado,

Ser rei em todo conflito

Em que me submeti como escravo.

É tão glorioso ter consciência

De um grande poder interno,

Mais forte do que todas as forças reunidas

Se um pecado carregado e dominado.

Por esse motivo, toda palavra de esperança, toda expressão otimista é tão útil para as pessoas que se acham em estados negativos quanto uma gota de água é para o solo crestado. Elas poderão não querer recebê-las, porém, como é a Verdade, apenas bastará afirmardes e curareis. “Que a luz brilhe”, é o mandamento. A luz encontrará as radículas da vida e também encontrará seu caminho na mais negra mentalidade. Parece-nos que Jesus resumiu todo o dever do homem para seu próximo quando deu esse conselho. Tereis de compenetrar-vos de que a luz espiritual que vos caracteriza como indivíduos é a Verdade, e somente podeis expressar a Verdade em Afirmação. Não pedis autoridade alguma para a Verdade, porque ela é sua própria autoridade. Ela não admite argumentos. Não é expressa pelo raciocínio. “Conhecemos a Verdade ao vê-la  como vemos a luz!” – diz Emerson. Nada mais temos a fazer do que afirmar. Quando os outros verem que a nossa afirmação é Verdade, viverão como vivemos. Porém, vejam-na ou não, na Verdade, devemos falar e agir para que a Verdade seja mais abundante. Assim ajudareis a criar uma atmosfera de pensamento novo e vos tornareis uma Luz do mundo.

EU POSSO! é a afirmação que poderá elevar a todos acima dos estados de negação aos de poder.

EU SOU e EU POSSO! Que? Tudo o que quiser fazer.

Equilíbrio e Recompensa – Lourenço Prado – Ed. Pensamento

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