quinta-feira, 27 de setembro de 2012

CAPÍTULO VII - O AMOR

O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.

Provérbio, 10:12

Amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus.

1a Epístola de S.João, 4:7

imagesCAF41DEETodos vós que habitais este planeta estais recebendo vossa iniciação no amor.

Assim disse o Cristo: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros”.

Na sua obra Tertium Organum, Ouspensky afirma que o amor é um fenômeno cósmico que abre ao ser humano o mundo da quarta dimensão, o “Mundo das Maravilhas”.

O amor verdadeiro é desinteressado e livre do temor. Ele se irradia para o objetivo da afeição sem exigir qualquer retribuição. Sua satisfação está no prazer de dar. O amor é Deus em manifestação e a mais poderosa magnética do universo.

O amor puro e desinteressado atrai para si o que lhe pertence; não tem necessidade de procurar ou pedir. Quase ninguém tem a menor idéia do que seja o verdadeiro amor. O ente humano é egoísta, tirânico ou receoso em seus afetos, perdendo assim as coisas que ama.

O ciúme é o pior inimigo do amor, pois perturba a imaginação, faz que ela veja a pessoa amada atraída para outra e, se esse temor não for neutralizado, se expressará objetivamente.

O seguinte fato, narrado por uma esoterista, serve de exemplo. Escreve ela:

“Certa moça se dirigiu a mim em estado de profundo desespero, pois o homem  a quem amava a havia abandonado por outras mulheres, dizendo que nunca pensara em casar-se com ela. Achava-se exasperada de ciúmes e ressentimento, e disse-me que esperava vê-lo sofrer, tanto quanto a fizera sofrer, terminando a pergunta: ‘Como pôde abandonar-me, se eu o amava tanto?’

“Respondi-lhe: ‘Bem, isso não é amor verdadeiro. Quando expressardes o amor verdadeiro, este vos será retribuído, quer por esse homem, quer por seu equivalente pois, se não for o escolhido divino, não precisareis dele. Assim, como estais unida a Deus, também estais unida ao amor que vos pertence por direito divino’.

“Passaram-se vários meses e as coisas continuaram na mesma. Entretanto, ela agia conscienciosamente sobre si mesma para modificar a sua atitude. Certa ocasião, disse-lhe: ‘Quando deixardes de ficar perturbada pela idéia da crueldade dele, deixará de ser cruel, porque pelas vossas próprias emoções, estais atraindo essa crueldade’.

“Falei-lhe, então, de uma fraternidade existente na Índia, na qual nunca se saudavam dizendo: ‘Bom dia’. Para se saudarem empregavam as palavras: ‘Saúdo a Deus em vós’. Eles saudavam a Deus tanto nos homens como nos animais da floresta, e assim nunca eram molestados, pois viam somente Deus em todo ser vivente. Aconselhei-lhe o seguinte: ‘Saudai a Deus nesse homem e afirmais: Vejo apenas vosso ser divino. Vejo-o com Deus vos vê, perfeito, feito à Sua imagem e semelhança’.

“Ela notou que se tornava mais calma e perdia gradualmente seu ressentimento. Ele era capitão e ela sempre lhe dava esse nome.

“Um dia exclamou repentinamente: ‘Deus abençoe o capitão, onde estiver’.

“Respondi-lhe: ‘Isso sim é verdadeiro amor, e quando vos tornardes um círculo completo, não ficando mais perturbada pela situação, alcançareis dele o amor e atraireis o seu equivalente.

“Nessa ocasião, eu estava de mudança e não possuía telefone, de modo que fiquei fora de contato com ela durante algumas semanas; entretanto, esta manhã recebi sua carta, contendo apenas esta palavra: ‘Casamo-nos’.

“Na primeira oportunidade, fiz-lhe uma visita e minhas primeiras palavras foram: ‘Que aconteceu?’ Ela exclamou: ‘Oh, um milagre! Certo dia despertei-me e notei que todo o meu sofrimento havia desaparecido. Na tarde daquele mesmo dia, o encontrei e pediu-me em casamento. Dentro de uma semana nos casamos, e posso afirmar-vos que nunca vi homem mais delicado”.

Uma antiga sentença iniciática diz o seguinte: Ninguém é vosso inimigo, ninguém é vosso amigo, cada um é vosso instrutor (*).

O namorado daquela moça lhe estava ensinando o amor desinteressado, coisa que toda pessoa tem que aprender, cedo ou tarde.

Assim, pois, é preciso serdes impessoal e aprenderdes o que cada um tem a ensinar-vos e, quanto mais cedo aprenderdes vossa lição, mais depressa ficareis livre.

Não é necessário o sofrimento para vos desenvolverdes e aperfeiçoardes, e ele resulta sempre de terdes desobedecido a lei espiritual; porém, são poucas as pessoas que parecem  poder sair do “sono da alma” sem passar por ele.

Quando as pessoas são felizes, geralmente se tornam egoístas e assim, automaticamente, a lei do Carmo entra em atividade. Amiúde elas perdem o que possuem por não saberem apreciá-lo e dar-lhe valor.

Um metafísico americano relata o seguinte caso que serve de ilustração para o princípio exposto:

“Conheci uma senhora que possuía um companheiro muito bom, ao qual não dava valor, pois dizia sempre: Não importa casar-me, porém isso não depõe contra meu companheiro e quer dizer simplesmente que não tenho interesse pela vida conjugal.

“Tinha outros interesses e quase nem se lembrava  de que possuía um companheiro. Somente quando o via é que se lembrava dele. Um dia o companheiro disse-lhe que gostava de outra mulher e ia deixá-la. Desesperada e cheia de ressentimento, ela veio procurar-me.

“Após ouvi-la queixar-se respondi-lhe. ‘É exatamente  para dar esse resultado que falastes aquelas palavras. Dizeis que não vos preocupáveis com o casamento e assim vosso subconsciente agiu para deixar-vos sem ele’.

“Ela concordou: ‘É verdade, agora compreendo. As pessoas alcançam o que procuram e depois se ofendem muito por não ser como julgam’.

“Entretanto, em pouco tempo harmonizou-se com a situação e reconheceu que eram muito mais felizes separados’.

Quando a mulher se torna indiferente ao marido ou companheiro e põe-se a critica-lo, deixa de ser uma inspiração e incentivo para ele, desaparece o estímulo de suas primeiras relações e ele se sente desanimado, infeliz. O seguinte exemplo, citado por uma esoterista americana, constitui uma boa ilustração do princípio:

“Um homem dirigiu-se a mim num estado de grande desânimo e tristeza. Sua mulher se interessava pela Ciência dos Números e fizera examinar o nome dele. Parece que a análise não foi muito favorável, pois ele informou-me: ‘Minha mulher diz que nunca conseguirei alguma coisa, porque sou o número 2’.

“Respondi-lhe: ‘Não me interessa qual seja o número de vosso nome, sois uma idéia perfeita na mente divina, e pediremos o êxito e a prosperidade que foram planejados para vós pela Inteligência Infinita’.

“Dentro de poucas semanas, conseguiu uma posição magnífica e, um ano ou dois mais tarde, obteve um brilhante êxito como escritor”.

Não podeis obter êxito em vossos negócios sem amardes o vosso trabalho. A pintura que o artista faz por amor à arte é a maior obra por ele produzida. A rotina é sempre um meio de viver humildemente.

Ninguém pode atrair dinheiro, se o desprezar. Muitas pessoas permanecem na pobreza por terem o costume de dizer: “O dinheiro nada é para mim, e não aprecio as pessoas que o possuem”.

Essa é a razão por que muitos artistas são pobres. Seu desprezo pelo dinheiro os afasta dele.

Lembro-me de ter ouvido um artista falar de outro: “Não é bom artista; tem dinheiro no banco”. Essa atitude mental, sem dúvida, separa o indivíduo do seu suprimento. Para poder atrair uma coisa, é preciso que se esteja em harmonia com ela. O dinheiro é uma expressão de Deus como meio de suprir a necessidade e livrar da limitação, porém deve ser sempre posto em circulação e aplicação em coisas justas.

A avareza e a sovinice são terrivelmente vingativas. Isso não quer dizer que o indivíduo não deva possuir casas e riquezas, depósitos e valores porquanto diz o sábio que “os celeiros do justo são cheios”; significa que o indivíduo não deve ter receio de despender até o último real, quando isso for necessário. Gastando-o corajoso e alegremente, abre as portas para vir mais, pois Deus é o suprimento infalível e inesgotável de cada indivíduo. Essa é a atitude espiritual que deveis manter para com o dinheiro, não vos esquecendo que o Banco do Universo nunca falha! No filme americano intitulado A Avareza, temos um exemplo de sovinice. A protagonista havia ganho cinco mil dólares numa loteria e não queria gastá-los. Continuava a economizar e guardar o que podia do que recebia do trabalho, pois pensava que o marido podia ficar doente e impossibilitado de trabalhar, e chegou a encerar casas para viver, sem nada tirar da fortuna que recebera. Apreciava o dinheiro por si mesmo, colocando-o acima de tudo. O fim, porém, foi que a assassinaram e roubaram-lhe todo o dinheiro.

Os casos como o desta peça servem de ilustração para a sentença: “O amor ao dinheiro é a origem de todos os males”.

O dinheiro em si é bom e benéfico, porém, empregado para fins destrutivos, procurado e guardado avidamente ou considerado mais importante que o amor, produz moléstias, desastres e a perda do próprio dinheiro.

Segui o caminho do amor e tudo mais vos será acrescentado, pois Deus é amor e ao mesmo tempo suprimento; segui o caminho do egoísmo e da avareza, e vosso suprimento desaparecerá dele.

Uma senhora riquíssima, em lugar de aplicar os seus rendimentos em alguma coisa útil, os ia acumulando. Raramente dava alguma coisa e só gastava comprando objetos para guardar.

Gostava muito de gravatas e, a uma amiga que lhe perguntara quantas tinha, respondera: – “Sessenta e sete”. Ela as comprava e guardava cuidadosamente em papel de seda. Se ela ocupasse as gravatas seria muito justo que as possuísse, porém as adquiria apenas para guardar, violando, assim, a “lei do uso”. Suas gavetas estavam repletas de roupas que nunca usara e de jóias que nunca haviam visto a luz.

Aconteceu que seus braços foram gradualmente endurecendo em consequência do seu apego aos objetos e, afinal, foi considerada incapaz de cuidar de seus próprios negócios e seus haveres foram entregues à administração de outros.

Portanto, é o próprio indivíduo que, na sua ignorância da lei, produz a destruição própria.

Toda moléstia, toda infelicidade provêm da violação da lei do amor.

As setas do ódio, ressentimento e crítica que o indivíduo envia, voltam para ele, trazendo-lhe moléstia e tristeza.

O cultivo do amor parece uma arte perdida, porém aquele que conhece as leis espirituais sabe que é preciso restabelecê-las, pois sem elas o indivíduo é como o bronze que soa ou o címbalo que retine.

Uma professora de Ciência Mental relata o seguinte caso que serve de exemplo ilustrativo:

“Tinha uma aluna que vinha mensalmente procurar-me para purificar-lhe a consciência de ressentimento. Passado algum tempo, chegou a um ponto em que só tina ressentimento de uma mulher e, apesar do grande esforço e trabalho, não conseguira vencê-lo. Entretanto, foi pouco a pouco acalmando-se e harmonizando-se, até que, certo dia, todo ressentimento desapareceu. quando veio ver-me, estava radiante de alegria e exclamou: ‘Não podeis compreender como me sinto! Aquele mulher falou comigo e, em vez de ficar furiosa, permaneci amável e bondosa. Ninguém pode compreender como me sinto aliviada!’”

O amor e a bondade são de valor incalculável nos negócios. A mesma professora de Ciência Mental acima citada relata o seguinte caso:

“Uma senhora se dirigiu a mim, queixando-se de sua chefe. Disse-me que ela era dura, exigente e manifestara que não a queria sob suas ordens. Aconselhei-a, então: ‘Muito bem, saudai a Deus nessa mulher e enviai-lhe sentimentos de uma mulher mármore’. Repliquei-lhe: ‘Estais lembrada da história do escultor que pediu um pedaço de mármore? Perguntaram-lhe por que o queria e respondeu: Porque há um anjo no mármore – e fez dele uma admirável obra de arte’. Respondeu-me: ‘Muito bem, vou tentar’.

“Uma semana depois, voltou dizendo: ‘Fiz o que me dissestes e agora a mulher é muito delicada comigo, tendo-me até levado a passear em seu automóvel’.”

Certas pessoas, muitas vezes, sentem remorsos por terem prejudicado a alguém, talvez, em tempos afastados. Embora não seja possível corrigir semelhante erro seus efeitos podem ser neutralizados, praticando, no presente, um ato de bondade com outra pessoa.

A esse respeito, diz o apóstolo S.Paulo: “Mas uma coisa faço, esquecendo-me das coisas que ficam para trás, e avançando para as que estão adiante, prossigo em direção ao alvo”.

A tristeza, o pesar e o remorso destroem as células do corpo e envenenam a atmosfera mental do indivíduo.

Uma professora de metafísica narra os seguintes exemplos sobre atitudes mentais deprimentes:

“Uma senhora me disse: ‘Tratai-me para ser feliz e alegre, pois a minha tristeza me faz tão irritável com os de minha família que continuo a criar mais Carma na minha existência’.

“Pediram-me para tratar de uma senhora que chorava pela morte de sua filha. Neguei a crença na perda e separação e afirmei que Deus era para ela a alegria, o amor e a tranquilidade.

“Imediatamente voltou ao seu estado normal; porém mandou seu filho dizer-me que não continuasse o tratamento, porque se sentia tão feliz e isso não era respeitável!

Assim é que a “mente moral” gosta de apegar-se às suas tristezas e pesares.

Outrora julgava-se que se uma mulher não se preocupasse por causa de seus filhos, não era boa mãe. O medo que a mãe tem é a causa de muitas moléstias e acidentes que se dão para os seus filhos. Com efeito, o medo forma um quadro vivo da moléstia ou situação temida, e esse quadro, se não for neutralizado, se objetivará. Feliz da mãe que pode dizer, sinceramente, que coloca seus filhos nas mãos de Deus, e sabe, portanto, que são divinamente protegidos! Dessa forma, ela constitui ao redor deles uma grande aura protetora.

Certa mulher despertou-se repentinamente à noite, com o sentimento de que seu irmão estava em grande perigo. Em vez de entregar-se ao medo, pôs-se a fazer afirmações e a dizer: “O homem é uma idéia perfeita na Mente Divina e sempre se encontra em seu lugar certo; portanto, meu irmão está em seu lugar certo e é divinamente protegido”. No dia seguinte, soube que seu irmão estivera muito próximo de uma mina que explodira, porém havia escapado milagrosamente.

Assim, cada qual guarda de seu irmão (em pensamento) e todos devem saber que o objetivo de seu amor “habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Todo-Poderoso”, podendo afirmar: “Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma se aproximará de tua tenda”.

O amor conjugal geralmente é acompanhado de grande terror, pois quase todas as mulheres nascem com a idéia mítica de uma mulher que lhe há de roubar o amor. Essa mulher recebe no subconsciente feminino o nome de “a outra”. Entretanto, isso provém de que a mulher crê na dualidade e, enquanto ela visualiza interferência estranha, esta virá.

Ordinariamente, é muito difícil para a mulher ver-se amada pelo homem a quem ama, sendo, pois, muito útil que faça enérgica e persistentes afirmações para que sua mente subconsciente se convença da realidade da situação, porquanto – onde há verdadeiro amor, a unidade é perfeita.

Uma boa afirmação para corrigir os ciúmes e manter o amor é a seguinte:

“A Luz do Cristo interno dissolve em mim todo temor, dúvida, ódio e ressentimento. O amor divino circula em mim, formando uma irresistível corrente magnética. Só vejo a perfeição e atraio o que é meu por lei divina”.

O casamento, se não for efetuado sobre a base inabalável da unidade, não pode perdurar, embora possa ser mantido na sua aparência social.

Para ser uma verdadeira união espiritual, é preciso que corresponda às palavras de um poeta: “Duas almas com um só pensar, dois corações que pulsam em uníssonos”.

Se os esposos não viverem no mesmo plano de pensamentos, inevitavelmente se separarão.

O pensamento é uma tremenda força vibratória e cada qual será atraído para as criações de seu pensamento. Por exemplo:

Uma senhora casou-se com um homem a quem não amava, embora não desgostasse dele e viveram algum tempo aparentemente felizes. O homem começou a prosperar e seus gostos se aperfeiçoaram, tornando-se mais delicado, instruído e social. Porém, sua esposa continuou a viver em sua consciência limitada. Quando ia fazer compras, escolhia sempre os artigos inferiores e mais baratos.

Enquanto ele vivia em pensamentos nos ambientes mais luxuosos e elevados, ela só se preocupava com coisas próprias do vulgo.

Afinal, chegou o dia da separação material.

Constantemente vemos isso no caso de homens que enriquecem e prosperam, terminando por abandonarem as suas fiéis e serviçais esposas, que não puderam acompanhá-los em seu progresso.

A mulher deve estar sempre em harmonia com os gostos e ambições de seu esposo, interessando-se pelos seus planos e idéias, pois o homem vai sempre para onde se dirigem os pensamentos de seu coração.

Para cada um de vós existe a “outra metade” por Deus escolhida para vosso complemento.

No plano do pensamento superior, sois um só, embora, no plano da existência terrestre, estejais separados pelos vossos erros.

É nesse plano que se pode dizer: “Aqueles que Deus uniu, ninguém pode separar”, porque na mente superconsciente de cada um deles se encontra o mesmo Plano Divino.

Se tiverdes um sentimento íntimo de que viveis isolado e vos falta um coração que vos compreenda e ao qual possais desabafar vossos sentimentos, isso quer dizer que predomina em vós o sentimento de separatividade e que, antes de tudo, é preciso chegardes à realização da onipotência do Amor e de que tendes um companheiro silencioso ao vosso lado para escutar-vos e compreender-vos.

À proporção que cultivardes o sentimento de vossa unidade com a Vida e o Amor universal, ireis atraindo amizades e corações que vos compreenderão melhor e vosso sentimento de tristeza irá desaparecendo.

Fazei constantemente a afirmação de que sentis vosso coração repleto de amor de vosso Cristo interno e, em pouco tempo, deixareis de sentir-vos isolado, embora estejais só, e vosso desejo de bons companheiros no plano material irá sendo satisfeito pela formação de amizades úteis e sinceras.

O “perfeito amor” é o cumprimento da Lei, porque todas as leis da existência tem por objetivo único a reconstituição da unidade primitiva, a qual só pode existir no amor universal.

Por esse motivo, o amor é o maior dissolvente de todas as desarmonias, embaraços e divergências, mas é preciso que seja inteiramente desinteressado e espontâneo.

Deus criou o mundo por Amor; para ter seres que o amassem voluntariamente. Ele vos convida a amá-LO e vos promete todas as alegrias e felicidades, mesmo na terra, desde que O ameis acima de tudo.

Amar a Deus não é renunciar aos gozos da vida, mas sim gozá-los com Deus e em obediência ao seu impulso ou Sua voz, e de acordo com a Sua sabedoria e Vontade.

“O perfeito amor expulsa o medo. Aquele que tem medo, não é perfeito no amor. O amor é o cumprimento da lei”.

Essas palavras da Bíblia mostram que a Harmonia e o Amor conduzem à Verdade e à Justiça, e que estas quatro colunas são os sustentáculos da felicidade e do bem-estar. Fazei delas a expressão de vossos sentimentos na vida diária, e tereis encontrado a chave do templo da felicidade presente e futura.

(*) Vide Luz no caminho, de Mabel Collins, Editora Pensamento

Alegria e Triunfo – Lourenço Prado – Editora Pensamento

domingo, 23 de setembro de 2012

A CORUJA E O FALCÃO

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Certa vez um homem observou uma coruja que estava junto à janela.
Ela caiu e o distraiu da oração, mas ele não deu muito importância a ela.
Nos outros dias, ele observou que a coruja permanecia naquele lugar e parece que se estabelecera ali.
Dia após dia ele pôs-se a observar aquela coruja.
Notou que ela quase não se movia.
Começou a incomodar-se com aquela ave, ela ocupava mais tempo de sua atenção que a oração.
Como veio parar ali, se não comia e uma vez até chegou a mexer com ela para ver se realmente era uma coruja de verdade.
De tanto observar, notou que a ave era cega e isso encheu mais ainda sua cabeça de perguntas.
Até que um dia, notou que um falcão entrava na igreja com algo entre os bicos.
Eram algumas minhocas ou algum inseto e que servia de alimento para a coruja.
Ele maravilhou-se com o que viu e chegou a coçar os olhos para ver se enxergava direito: O falcão entrava na igreja para alimentar a coruja, da mesma forma como faria com um de seus filhotes.
Imediatamente o piedoso homem começou a louvar o Senhor e a se perguntar a razão de tamanho milagre. Jesus diz que Deus cuida até dos pássaros com o cuidado de um pai.
Sentiu enorme consolação ao pensar em um Deus amoroso, que coloca um falcão para cuidar de uma mísera coruja.
O que não faria Deus por ele?
Sentiu o coração vibrar ao perceber que Deus também cuidava dele com o mesmo carinho com que cuidava daquela ave.
No entanto sua consolação também lhe trouxe a moção interior de que Deus lhe revelava algo único.
Refletiu e decidiu vender tudo o que tinha e colocar-se ao único cuidado do Senhor.
Ponderou que era apegado demais aos seus bens e que Deus o chamava para viver uma vida de pobre ,dependendo unicamente da providência divina, pois ele valeria mais que milhões de coruja.
Saiu de sua casa e colocou-se como mendigo na porta da mesma igreja que costumava frequentar.
No entanto começou a ter dificuldades.
As pessoas o tinham conhecido como rico comerciante e não entendiam porque ele estava ali.
Alguns achavam que tinha endoidecido; não lhe davam esmolas e ele começou a passar fome.
Desolado e entristecido, pensava que Deus o tinha abandonado.
Renunciara a tudo para viver da providência de Deus e Deus não aceitou sua renúncia.
Revelou sua desolação e procurou um pastor.
Ao que o pastor lhe perguntou:
– Você tem certeza que foi Deus quem lhe pediu para viver como mendigo?
– Claro, a experiência com a coruja me mostrou que Deus sempre cuida de quem precisa, eu não tinha como duvidar! – Respondeu convicto.
O pastor o olhou serenamente e com muita compaixão lhe perguntou:
– Você tem certeza que Deus o chamava a ser coruja? Não lhe estaria chamando a ser falcão?
Muitos agem como verdadeiros fariseus abdicando de tudo que tem para viver uma vida pobre que aguça a compaixão das pessoas.
Deus nos tem chamado para sermos falcões, libertando pessoas, levando amor, consolo e sustento.
É claro que Deus nos trata como a coruja, mas nos chamou para sermos como o falcão.
Se você decidir assumir seu papel como falcão, Deus lhe conduzirá exatamente onde há uma coruja precisando de alimento.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

amor e luzConserve a própria fé, por tal modo, que você não possa se afligir, excessivamente, em nenhuma dificuldade.

Guarde otimismo, com tamanha elevação que os contratempos da vida não lhe venham a ferir.

Habitue-se à tolerância com tanta fidelidade, que consiga se ver sempre na posição da pessoa menos simpática, evitando ressentimento ou a censura.

Cultive o amor ao próximo, com tanto empenho que você não consiga fixar-se em qualquer aversão.

Creia na influência e na vitória do bem, com tanta convicção, que não possa prender-se a qualquer idéia do mal.

Sustente a própria compreensão, de tal maneira que não disponha de meios para ver inimigos e sim amigos e instrutores, em toda parte.

Resguarde-se no trabalho, com tanta dedicação ao bem, que não conte com qualquer ensejo de atrapalhar aos outros.

Faça o melhor que puder, em qualquer situação, com tamanho devotamento à felicidade alheia que não sofra arrependimento ou remorso, em tempos de crise.

Atenda à harmonia, aonde estiver, com tanta pontualidade que não encontre motivos para perder a própria segurança.

Consagre-se a descobrir o "lado bom" das criaturas e das situações, com tanta pertinácia, que não ache oportunidade de criticar a ninguém..

Se fizermos isso, estejamos certos de que assim venceremos.

André Luiz - Respostas da Vida (Francisco Cândido Xavier)

CAPÍTULO VI - PARA TRANSFERIRDES VOSSO FARDO

(Processo para impressionardes vosso subconsciente)

                                       Vinde a mim todos vós que trabalhais e tendes pesados fardos e eu vos aliviarei.

Mateus, 11:28

mão de cristoQuando tiverdes adquirido o conhecimento de vós mesmos e das operações de vossa mente, vosso maior desejo será encontrar um meio fácil e eficiente para impressionardes o vosso subconsciente com bons pensamentos, pois tereis compreendido que o simples conhecimento intelectual da Verdade não é suficiente para produzir resultados.

Vosso subconsciente se acha repleto dos reflexos e imagens de vossos atos e pensamentos passados, e é preciso que o impressioneis com as idéias superiores do superconsciente para que a sua atividade criadora produza as coisas de acordo com os vossos desejos.

Pelo estudo e a observação, verifiquei que o modo mais fácil de “transferir o fardo” é o processo ensinado por Jesus Cristo e explicado da seguinte forma por um metafísico: “A única coisa que dá peso a um objetivo é a lei da gravidade e, se levardes uma pedra a uma grande altura no espaço, ela perderá seu peso. É isso que Jesus Cristo designou quando disse: ‘Meu jugo é fácil e meu fardo é leve’.”

Ele havia vencido a vibração do mundo e agia no plano da quarta dimensão, no qual só existe perfeição, vida, alegria e complemento.

Declarou ele: “Vinde a mim, vós todos que trabalhais e tendes pesados fardos e eu vos aliviarei”, – “Tomai sobre vós o meu jugo, pois meu jugo é fácil e meu fardo é leve”.

No salmo 55, também, o rei-cantor aconselha: “Lança sobre o Senhor a tua carga”.

Muitos trechos da Bíblia afirmam que a batalha é de Deus e não do homem, e que este deve sempre “manter-se quieto” e ver a salvação do Senhor.

Isso indica que a vossa mente superconsciente ou o vosso Cristo interno é a parte de vosso ser que combate nas vossas lutas e que alivia vossa carga.

Portanto, se carregardes um fardo, ou mantiverdes um pensamento mau, doentio ou desanimado, estareis transgredindo a lei, e esse pensamento ou estado tem sua base em vosso subconsciente.

Parecer-vos-á quase impossível abrirdes uma entrada de vossa mente consciente ou raciocinadora para o subconsciente, pois vossa mente consciente, ou intelecto é limitada em suas concepções e se acha repleta de dúvidas e temores.

É, pois, um processo científico o ato de transferirdes o vosso fardo para vossa mente superconsciente, ou o Cristo interno, no qual se “torna leve” ou é dissolvido no seu “nada natural”.

Por exemplo: certa senhora, achando-se em urgente necessidade de dinheiro, fez a seguinte afirmação: Transfiro o fardo da falta de dinheiro para o meu Cristo interno e sigo livremente para a abundância!

A crença na necessidade e falta de dinheiro era o seu fardo e, logo que o transferiu para o Cristo interno, o superconsciente inundou o subconsciente com a sua crença na abundância e daí resultou numa avalanche de suprimento.

Como escreveu o apóstolo: “O Cristo em vós é a esperança de glória”.

Outro exemplo desta lei: uma aluna de certa mentalista, tendo recebido um piano novo, viu-se embaraçado por não ter lugar para ele, sem que fosse retirado o piano velho. Desejava conservar o piano velho, porém não sabia para onde mandá-lo. Sentiu-se desesperada, pois o piano devia ser-lhe mandado imediatamente, e com efeito já se achava a caminho, sem haver lugar para ele. Teve a idéia de repetir várias vezes: “Transfiro esta carga para o meu Cristo interno e fico livre”.

Momentos depois, o telefone soou e uma amiga perguntou-lhe se queria alugar o seu velho piano, e assim foi ele retirado antes da chegada do novo.

Uma esoterista refere que conhece uma senhora, cujo fardo era o ressentimento. Foi aconselhada a fazer a afirmação seguinte: “Transfiro o fardo do ressentimento para o Cristo interno, e fico livre, tornando-me amável, harmoniosa e feliz”.

Em pouco tempo, o onipotente poder superconsciente inundou o seu subconsciente de amor e toda a vida dela se transformou. Durante anos, o ressentimento a conservara num estado de tormento e mantivera sua alma ou mente subconsciente aprisionada.

Deveis fazer as vossas afirmações muitas e muitas vezes, mesmo durante horas inteiras, silenciosa ou audivelmente, com calma e firmeza ao mesmo tempo.

Muitas vezes, comparei a prática da concentração e afirmação ao ato de dar corda numa vitrola, na qual, de tempos em tempos, é preciso refazer a corda despendida. Deveis dar corda em vossa máquina subconsciente por meio das palavras proferidas.

Observei muitas vezes que, pouco depois de ter “transferido o fardo”, a pessoa parece ver as coisas com maior clareza.

Será impossível terdes uma visão mental clara, se estiverdes envolto nas malhas da mente carnal. As dúvidas e os temores envenenarão vossa mente e vosso corpo, fazendo vossa imaginação vagar, arrastando-vos para o desastre e a moléstia.

Pela repetição persistente da afirmação: “Transfiro este fardo para o Cristo interno e fico livre”, vossa vista mental se tornará clara e, com isso, tereis uma sensação de alívio, vindo no tempo oportuno a manifestação do bem como saúde, felicidade ou suprimento.

Antes do alvorecer, apresenta-se sempre a noite da dúvida e do desânimo, que deve ser tenazmente combatida por um esforço persistente em manter uma fé inabalável.

Quase sempre, antes de alguma grande vitória e manifestação do poder espiritual, “tudo parece correr mal” e uma profunda depressão obscurece a consciência. Isso quer dizer que as dúvidas e temores do passado estão surgindo do fundo do subconsciente. Essas velharias do subconsciente começam a surgir à tona para serem expulsas.

É então que deveis fazer soar os címbalos, como Josafat, e dar graças por estardes salvo, embora vos pareça que estais rodeado pelo inimigo, isto é, pelo estado de necessidade ou moléstia, que o subconsciente procura exagerar.

Quanto tempo tereis de permanecer nessa obscuridade? Até poderdes ver na escuridão; o ato de descarregardes vosso fardo prepara vossos olhos para verem na escuridão.

Para fazerdes impressão em vosso subconsciente é preciso que tenhais uma fé ativa.

Neste livro tenho procurado provar-vos que “a fé sem obras é morta”.

Jesus Cristo mostrou fé ativa quando “ordenou à multidão que se assentasse”, antes de dar graças a Deus pelos pães e os peixes.

Darei outro exemplo para mostrar-vos quanto é necessário confirmar a fé pelos atos. A fé ativa é a ponte sobre a qual tereis de passar para entrardes na Terra Prometida.

Por causa da desinteligência com seu marido, uma senhora se viu separada dele e isso a feriu profundamente, porque o amava muito. Ele recusava todas as propostas de reconciliação e nem mais queria comunicar-se com ela. Vindo a conhecer a lei espiritual, ela negou firmemente a aparência de separação, empregando para isso a afirmação seguinte:

“Não há separação na mente divina e, portanto, não posso ser separada do amor e da companhia que me pertencem por direito divino”.

Para mostrar a sua fé ativa, guardava diariamente à mesa um lugar para o marido, gravando no subconsciente a imagem de sua volta.

Passou-se quase um ano, porém ela não vacilou, e um dia ele entrou em casa.

A música é, muitas vezes, um bom meio de impressionar o subconsciente. A música atua na quarta dimensão e liberta a alma de sua prisão carnal. Faz também que coisas admiráveis pareçam possíveis e de fácil realização!

Certa senhora costumava empregar a sua vitrola para esse fim. Com o auxílio dela, colocava-se em estado mental harmonioso e calmo, e ativava a imaginação criadora.

Outra senhora costumava dançar quando fazia as suas afirmações . O ritmo e a harmonia da música davam à palavras uma grande força.

Invariavelmente, antes de um resultado importante, apresentam-se os “sinais de terra”.

Antes de Colombo avistar as terras da América, viu pássaros e galhos de de árvores, que foram sinais de que se aproximava da terra. O mesmo se dá com a vida espiritual; porém, muitas vezes o estudante toma esses “sinais” pela própria coisa e fica descontente.

Por exemplo, uma senhora tinha feito a afirmação ou “proferido a palavra” que receberia um jogo de pratos. Mandaram um prato quebrado e ela se queixou por isso. Explicaram-lhe então que aquele prato era apenas um “sinal” de que o jogo de pratos estava a caminho e, com efeito, não demorou muito a chegar.

Aparentar ser uma coisa, desde que não seja em detrimento de outrem, é um bom meio de impressionar o subconsciente. Se aparentardes viver na prosperidade e ter uma vida feliz, estareis semeando uma planta cujos frutos colhereis no seu devido tempo.

Havia uma senhora muito pobre, porém ninguém podia fazê-la sentir-se pobre. Alguns amigos ricos a auxiliavam com pequenas e continuamente lhe recordavam sua pobreza, recomendando-lhe cuidado e economia. Porém, apesar das advertência, ela gastava tudo num chapéu ou um presente e conservava-se sempre alegre. Sua mente estava sempre ocupada com as idéias de belos vestidos, anéis e outras coisas luxuosas, porém não tinha inveja dos outros. Vivia num mundo de maravilhas e só as riquezas lhe pareciam coisas reais.

Passado algum tempo, casou-se com um homem rico, os anéis e as jóias tornaram-se objetos visíveis. Não se pôde comprovar se o homem com quem casou era o “escolhido por Deus”, porém é certo que a opulência foi a única coisa que pediu, e a obteve.

Enquanto não tiverdes arrancado o medo de vosso subconsciente, não podereis ter paz ou felicidade. O medo é uma energia mal dirigida, a qual precisa receber nova direção ou ser transmutada na fé. Disse Jesus: “Por que temeis, homens de pouca fé?” Afirmou ainda: “Tudo é possível ao que crê”.

Se me perguntardes: “Como hei de libertar-me do medo?”, responder-vos-ei: “Enfrentando a coisa que temeis”

É de vosso temor que o leão recebe a sua valentia. Enfrentai o leão e ele fugirá; fugi, e ele correrá atrás de vós.

Mostrei-vos como é que o leão da necessidade desaparece quando despendeis vosso dinheiro sem temor, manifestando a fé em Deus como vosso suprimento infalível.

Muitos metafísicos saíram de suas limitações primitivas e alcançaram abundante suprimento por terem perdido o medo de despender seu dinheiro. Seus subconscientes ficaram impressionados pela verdade que Deus é, ao mesmo tempo, a Dádiva e o Dispensador e, portanto, como o é com a Dádiva.

Uma excelente afirmação para esse caso é a seguinte: “Agradeço, neste momento, a Deus Dispensado por ter recebido Deus que, ao mesmo tempo, é Dádiva”.

Os homens se separam por tanto tempo do seu bem e suprimento, por meio de pensamentos de separação, que, às vezes, é necessária a dinamite para desalojar essas falsas idéias do subconsciente e, nesse caso, a dinamite é uma situação difícil.

Pelos exemplos anteriores, vistes como é que os indivíduos ficaram livres de suas limitações – mostrando-se destemidos.

Deveis vigiar-vos a todo momento para verdes se o vosso motivo para agir é a fé ou o temor.

“Escolhei hoje a quem servirdes: ao temor ou à fé”.

Talvez vosso temor de moléstias ou de germes, deveis combater esse medo por meio de afirmações e não vos perturbar num ambiente infeccionado, pois assim ficareis imune. Somente podeis ser afetado pelos germes, quando vibrardes, no mesmo grau que eles, e o medo faz as vossas vibrações descerem a esse grau.

O ambiente dos germes e criação da mente carnal, pois todo pensamento deve objetivar-se.

Os germes não existem na mente superconsciente ou divina, sendo, portanto, produto da “vã imaginação humana”.

A vossa libertação virá num pestanejar de olhos quando vos compenetrardes que não há poder no mal.

Um dia, com o aperfeiçoamento geral da humanidade, o mundo material desaparecerá e será manifestado o mundo da quarta dimensão, o  Mundo das Maravilhas, sobre o qual diz S.João: “Vi um novo céu e uma nova terra… e não haverá mais pranto nem choro, nem dor, porque as coisas anteriores serão passadas”.

A teoria do processo de transferirdes o vosso fardo se apóia no princípio de que, se Deus vos criou é porque Ele precisa de vós para um fim determinado e as peripécias que vos faz passar se destinam a preparar-vos para poderdes cumprir esse fim, e, portanto, o interesse d´Ele para vossa conservação, progresso e aperfeiçoamento é cumprirdes voluntariamente a Sua Vontade para que tudo vos venha abundantemente e sem sacrifício de vossa parte.

Se tiverdes um conhecimento geral da Doutrina Oculta, sabeis que sois constituído da forma seguinte:

1o) O vosso EU SOU, que é um fragmento do Espírito Divino, denominado o Cristo interno pelos esoteristas e o Superconsciente pela psicologia moderna.

2o) A Vossa Mente Consciente, que é a sede de vossa Razão ou consciência exterior, também denominada Inteligência.

3o) A vossa Mente Subconsciente, que é a sede da memória e o depósito dos pensamentos, emoções e reações de vosso passado. Nela se acha acumulado tudo o que aprendestes de verdade e de erro em vosso passado.

4o) O vosso corpo físico.

São as idéias acumuladas em vossa mente subconsciente que constituem o vosso fardo, porque elas vos levam a esperar sempre a repetição das más condições passadas, impedindo que as idéias novas e progressistas do Superconsciente penetrem na vossa consciência e recebam a sua expressão através de vossa mente consciente.

Transferirdes o vosso fardo ao Superconsciente ou Cristo interno é entregardes os vossos problemas ao Superconsciente para que ele os resolva e depois vos apresente a solução que deveis executar.

Ele pode dar-vos imediatamente a solução, porém, geralmente há alguma demora devido à vossa dificuldade em entrar em contato com ele.

O vosso EU SOU, ou Cristo interno, é o vosso deus pessoal ou a partícula divina em vós, a qual tem todas as qualidades de Deus e todos os poderes para realizar as vossas aspirações, desde que não sejam prejudiciais às dos outros fragmentos divinos.

As afirmações se destinam a fazer que o vosso superconsciente manifeste suas forças criadoras; e, por isso, quanto mais convincente e apoiada nas leis universais for a vossa afirmação, mais poderosa e efetiva será.

Portanto, as afirmações baseadas nas palavras dos Mestres e, principalmente, dos profetas bíblicos têm grande força para impressionar o superconsciente, porque elas são formuladas de acordo com as Leis Universais da Criação, desde o movimento inicial do Espírito, atuando sobre a Substância pela Palavra.

Para dirigirdes as forças de vosso Superconsciente e lhes imprimirdes a orientação conveniente, a principal coisa que deveis fazer é comprenetrar-vos que o vosso Superconsciente é uma entidade real que penetra cada fibra de vosso ser, uma como força elétrica e irradiante de vosso corpo.

Pela vossa concentração frequente sobre o lado superconsciente de vossa entidade, produzireis o despertar de vossa consciência, a qual vos fará sentir que um ente novo e superior está surgindo em vós, o qual dispõe de um poder ilimitado. É o vosso Cristo interno que se desperta em vossa consciência e ao qual podeis entregar toda a responsabilidade de vossa vida.

Ele atenderá, com a máxima perfeição, a todos os encargos que lhe confiardes e, no momento exato em que vos for necessário, tereis a solução do problema que lhe entregardes. Ao dirigir-vos ao Cristo interno, é preciso que tenhais uma idéia clara daquilo que pedis ou quereis que tenhais uma idéia clara daquilo que pedis ou quereis que execute e sintais no vosso coração a vibração da força interna emitida por ele, pois se a vossa concentração for puramente mental ou mecânica, não conseguireis fazer que a vossa idéia ou pedido seja aceita pelo Cristo interno.

Quando fizerdes a vossa afirmação pela qual transferis para o vosso Cristo interno o peso de vossas responsabilidades materiais, deveis colocar-vos num estado mental calmo e tranquilo, e enquanto não conseguirdes pela vossa afirmação desfazer todo o estado mental agitado e emotivo, o vosso contato com Cristo não será perfeito e não podereis receber o que pedistes.

O sentimento profundo de calma e tranquilidade absoluta durante o tempo em que fizerdes a vossa afirmação é prova certa de que vosso pedido foi atendido e as forças divinas entraram em ação para executá-lo.

Na relação bíblica da história de Jacó, vemos que ele passou a noite inteira pelejando com o anjo para que o abençoasse e não o largou enquanto não recebeu a benção, isto é, a prova de que seu pedido de proteção havia sido aceito.

Assim também quando pretenderdes obter alguma coisa do Cristo interno, não abandoneis o vosso pedido, enquanto ele não vos der um sinal de que foi aceito.

Esse sinal é um sentimento de absoluta calma mental e a convicção íntima de que a dificuldade está resolvida.

Quando tiverdes chegado a esse resultado, sentireis uma inefável vibração de Harmonia com tudo o que vos rodeia, um Amor profundo pela humanidade e pelos vosso “inimigos”, o sentimento da mais perfeita Justiça reinará em vosso coração e a mais clara percepção da Verdade brilhará em vossa mente e, acima de tudo, tereis o completo alívio de vosso fardo.

Alegria e Triunfo – Lourenço Prado – Editora Pensamento

domingo, 9 de setembro de 2012

EFEITOS DA ATITUDE MENTAL SOBRE AS CONDIÇÕES FÍSICAS

Poderá ser plenamente demonstrado pela comparação das fases externas e internas de vossa vida que as condições e circunstâncias de vosso mundo físico são efeitos diretos ou indiretos dos elementos ativos de vosso mundo mental. A correspondência entre as duas é exata.
Todas as infelicidades de vossa existência poderão ser atribuídas a alguma falta de conhecimento ou erro na aplicação de vossa capacidade. Efetivamente, podereis evitar completamente pelo desenvolvimento de vossa penetração superior até mesmo as condições adversas que pudessem resultar das irregularidades aparentes da natureza.
A maior parte de vossa infelicidade provirá de fazerdes coisas impróprias ou fora de tempo e isso é consequência de confusão no trabalho mental ou de um juízo obtuso.
Se mantiverdes vossas mentes constantemente no estado de equilíbrio e harmonia, julgareis sempre bem e nunca dirigireis mal qualquer pensamento, força ou ato. Por conseguinte, se cultivardes esses estados mentais, podereis adquirir o poder de fazer as coisas certas no tempo certo.
Não vos considerais responsável por numerosas condições que geralmente vos rodeiam, porém, na realidade, ao entrardes em circunstâncias produzidas pelos outros, simplesmente entrais em alguma coisa que corresponde ao vosso próprio mundo mental.
Se tiverdes mentalidades normais, não entrareis voluntariamente em condições inferiores ou que não correspondam a vós mesmo. O fato de aceitardes ou seguirdes o ambiente produzido pelos outros prova que pertenceis a ele ou não sabeis a que ambiente pertenceis.
Ao entrardes cegamente em circunstâncias desagradáveis, a causa estará em vossa cegueira mental e, portanto, a circunstância exterior será efeito indireto de certa ação em vossa própria mentalidade.
Se tivésseis grande capacidade e pudésseis aplicá-la praticamente, jamais trabalharíeis em lugar em que vossa recompensa não fosse equivalente. Entretanto, se tiverdes grande capacidade, porém não possuirdes o elemento prático, podereis permanecer em posição inferior. Nesse caso, a vossa capacidade será mal dirigida e a vossa própria mentalidade será a causa indireta da circunstância indesejável.
Se vossa mente for delicada, ordenada e de nobre caráter, causareis admiração em muitos lugares em que associações forem exatamente ao vosso gosto. Sereis procurados entre os melhores de vossa classe e tereis o privilégio de escolher os caracteres de vosso próprio mundo social. Assim, vos apelidarão de afortunado e isso se dará porque atraístes associações ideais pela motivo de poderdes ser companheiro ideal.
Tendo desenvolvido mentalidade digna, pertencereis ao ambiente de mentalidades dignas e, por meio dessas associações, alcançareis inspiração para o desenvolvimento de um valor ainda maior.
Isso não só desenvolverá vosso progresso no vosso campo de ação, mas também vos permitirá atrair, encontrar e gozar associações melhores no futuro.
Se fordes um nobre caráter, porém vos encontrardes entre associados inferiores, a causa certamente será a falta de qualidades positivas. Talvez estejais escondendo grande parte de vosso verdadeiro valor, permanecendo negativo. Podereis ser melhor do que pareceis e possuís mais do que empregais, porém, como é apenas o que empregais que vale, estareis apenas em associações que medem exatamente as suas compensações, não pelo que sois, mas pelo que empregais e expressais.
Um gênio poderá não ter oportunidade para empregar sua maior capacidade, e, se assim for, deverá existir uma razão para isso. Se for realmente competente, haverá centenas de excelentes lugares abertos para ele, porém, se for apenas um gênio e não tiver talento, não será competente.
Se tiverdes apenas a capacidade, porém não possuirdes a arte de aplicar vosso poder na utilidade prática, nada podereis  fazer de valor, pois são os resultados que merecem os bons lugares na vida.
Portanto, vossas infelicidades e vossos insucessos não resultam de qualquer adversidade externa, mas sim do estado imperfeito de vossa própria mentalidade.
Contudo, elas poderão desaparecer e podereis receber boas e grandes coisas, se transformardes vossos gênios em talentos e aprenderdes a fazer alguma coisa de que o mundo necessite.
Podereis ser trabalhador hábil, porém estardes em condições inferiores por vos encontrardes constantemente fora de harmonia com as vossas associações. Se resistirdes a tudo e contrariardes a todos, conservareis sempre em vista vosso lado inferior e vossa capacidade ficará encoberta pelas vossas imperfeições.
Se persistirdes em manifestar o lado inferior de vossas capacidades, não podereis esperar promoção, porque ela seria prejuízo para a instituição e isso geralmente seria sentido instintivamente por aqueles que tivessem autoridade.
Toda empresa é continuada para obter resultados e, portanto, tudo o que interferir com os resultados deverá ser eliminado.
Para obterdes o melhor lugar, não só será necessário fazerdes um bom trabalho, mas também agirdes como homem. Portanto, ocultai vosso lado inferior até destruí-lo completamente. Se envolverdes o vosso trabalho inteligente numa atmosfera pessoal apoiada na harmonia, na perfeição e no caráter, será aberta para vós a melhor posição em vosso campo de atividade.
Se vos parecer que não encontrais oportunidade para vosso progresso, a causa estará em vosso estado mental. Deverá existir alguma coisa em vossa organização mental que coloca vossa capacidade e habilidade numa falsa luz perante o mundo.
O mesmo acontecerá convosco, se fordes mal compreendido, pois não estareis vos revelando como realmente sois, vossa natureza real estará sendo mal dirigida durante o processo de expressão e todos ficarão decepcionados convosco. Aquilo que produz a decepção estará em vossa própria mente e, enquanto isso permanecer, estareis mal colocados e não encontrareis os amigos e as oportunidades que serão realmente vossos.
A vossa má colocação poderá ser devida à falta de juízo ou má disposição de vossas capacidades e aptidões pessoais. Entretanto, podereis melhorar notavelmente vosso juízo por meio do pensar original e da penetração interna e as diversas faculdades de vossa personalidade poderão ser colocadas em perfeita ordem e harmonia pela prática de expressardes as maiores possibilidades em todas as fases de vossa existência.
O hábito de permitirdes que tudo aquilo com que entrardes em contato impressione a vossa mente e vos sugira um caminho ou método é a causa de muitos esforços mal dirigidos, sendo, por esse motivo, indispensável que vos conserveis na atitude de domínio próprio e preponderância de vosso Eu Real.
Muitas vezes podereis ter sido levado a entrar em circunstâncias a que não pertenceis pelo motivo de uma simpatia anormal. Essa simpatia, despertada por amigos egoístas, poderá ter-vos conservado em ação num campo estreito, quando numerosas oportunidades admiráveis vos estavam esperando.
Para corrigirdes essa condição, treinai-vos a simpatizar apenas com o lado superior das pessoas e as maiores possibilidades das coisas.
Ao vos simpatizardes natural e constantemente com o lado superior das pessoas, todos os desejos de vossa mente gradualmente fixarão sua atenção nas coisas superiores e sereis irresistivelmente arrastado para as associações superiores. Então, nem mesmo as simpatias anormais poderão desviar-vos do que for vosso.
Com o desenvolvimento de vossa simpatia pelas maiores possibilidades das coisas, vossa atenção será constantemente voltada para o maior, a vossa mente terá cada vez mais impressão de grandeza e, com esse poder, vos movereis para a grandeza, apesar dos obstáculos de vosso caminho.
O poder da simpatia é um dos maiores poderes existentes de atração; portanto, se vos simpatizardes apenas com o lado superior das coisas, isso mudará persistentemente o vosso ambiente para melhor. Dessa forma, produzindo mudança em vosso mundo mental, podereis revolucionar o mundo melhor.
Se observardes inteligente e cuidadosamente as mudanças e alterações que se darão em vosso ambiente pelo efeito de vossa atitude, encontrareis a prova evidente que vossos atos determinarão o que serão as vossas condições externas e as circunstâncias da vossa vida. E como cada ato vosso é causado pela vossa ação mental, toda mudança de vosso ambiente deverá ser precedida pela mudança mental.
Equilíbrio e Recompensa – Lourenço Prado – Editora Pensamento